sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Fim da corrida

                                    Próxima parada: 2014

No último domingo, os eleitores das 50 cidades nas quais ocorreram 2° turno das eleições escolheram aqueles que governarão tais municípios nos próximos 4 anos. Em uma análise sucinta, houve uma guinada favorável à presidenta Dilma Rousseff. O PT e seus partidos aliados registraram crescimento no número de prefeituras, com destaque para a vertiginosa ascensão do PSB.
   O fortalecimento do PT é simultaneamente surpreendente e preocupante. O julgamento do mensalão era visto com temor pelos líderes do governo federal e como causa para um provável fraco desempenho, em consequência do comprometimento da imagem partidária. Novamente recai a crítica sobre o eleitorado acerca de sua consciência e senso crítico político, embora os envolvidos no escândalo representem uma minoria no partido. 
   É imensa a dificuldade dos brasileiros em assimilar a ética do cotidiano à política. Sabemos da necessidade de arcar com o pagamento de nossas contas e que precisamos cobrar o troco do pão francês, entretanto persiste a conivência com a corrupção, ao apreciar nas urnas uma legenda cujo alto escalão está envolvido em processos criminais.
   O triunfo do PT, na cidade mais importante do país consistiu em duro golpe para a oposição tucana. Fernando Haddad orou mais no embate - que teve nos grupos religiosos, o alvo na busca de votos - e rompeu a tradição do PSDB em São Paulo. Lula comprovou sua grande influência e articulação política com a indicação de Haddad à disputa, mesmo tendo ciência da inexperiência e ineficácia da administração do candidato ao Exame Nacional do Ensino Médio, quando ministro da educação.
   No Rio de Janeiro, ao reeleger o prefeito Eduardo Paes, a população corresponde aos benefícios provenientes da união entre as esferas municipal, estadual e federal de governo que propiciaram a elevação da qualidade de vida e a remodelação da infraestrutura urbana, visando a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. A vitória de Paes consolidará seu ciclo de administração, possibilitando o prosseguimento das obras para os grandes eventos esportivos e da´política de segurança. De fato, quando se atravessa um momento auspicioso não é conveniente uma mudança, muito menos apostar na utopia. 
   Apesar da política brasileira estar centrada entre petistas e tucanos, o resultado expressivo do PSB traduz-se na tendência de degradação desta polarização. O presidente do partido socialista e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, conjuntamente com Aécio Neves são apontados como potenciais candidatos a futuros embates pela Presidência. PT e PSDB podem ter mais um rival, ou se tornarão reféns do apoio do PSB, em 2014, caso tal influência seja consolidada.       

                                                          Mattheus Reis