O título do Bayern de Munique na Liga dos Campeões da
Europa estava prometido. Mesmo chegando com um ano de atraso, a conquista é
gloriosa, independentemente da final ser em Londres ou em Munique. Toneladas
foram retiradas das costas dos atuais campeões europeus, traumatizados com a
possibilidade de tornarem-se, injustamente, uma geração de vice-campeões. O drama soava com mais intensidade para
aquele que decidiu a partida de hoje.
Arjen Robben é
titular da seleção holandesa de futebol, o que não o deixa imune de
receber críticas por sua limitação: cortar para meio-de-campo e chutar para gol
com a “canhota”, na linguagem universal do futebolês. De fato, essa é sua principal
habilidade. Uma jogada conhecida, porém que poucos conseguem parar. O gol marcado, hoje, simboliza uma transição do holandês de jogador comum a diferenciado: ele acaba de ser condecorado como "craque".
Sua equipe
disputou três decisões deste torneio entre 2010 e 2013. As derrotas para a
Inter de Milão e Chelsea nos anos de 2010 e 2012, esta última sendo mais traumática
já que o atual gigante europeu sucumbiu diante da torcida em seu próprio
estádio, somaram-se ao fracasso de Robben na final da Copa do Mundo, na África
do Sul. Vários gols perdidos que, caso tivessem sido convertidos, mudariam a história
de seu país e de seu clube.
Desta vez isso
não aconteceu. Caso ocorresse, seria uma injustiça cometida pelos deuses do
futebol àquele que derrubou não só o Barcelona, mas Messi e uma filosofia de
jogo. A cautela e a paciência do futebol espanhol cederam espaço para a garra e
a emoção alemães. Assim, o futebol fica mais bonito. E o responsável por essa
mudança não é apenas o Bayern.
O embate foi
marcado pelo equilíbrio, e o gol derradeiro marcado aos 43 minutos do segundo
tempo porque o oponente, com uma visão romântica do futebol, justificou a sua
presença na final. De time falido a sensação na competição, o Borussia Dortmund
não possui jogadores estrelados e nem precisa deles já que a receita pelo
sucesso não tem como única alternativa os caminhões de dinheiro. Essa revolução
durou menos de 10 anos e me enche de esperança quanto às possibilidades de
renascimento do meu time, o Flamengo. A missão não é impossível.
O futuro do
Bayern é promissor a médio e longo prazo. O consagrado técnico Pep Guardiola substituirá Jupp
Heynches, cujo fim de carreira não poderia ter sido melhor. Mais promissor ainda
é o futuro do futebol alemão e sua seleção, favoritíssima ao triunfo da Copa do
Mundo em 2014. Atlético Mineiro e Fluminense, os brasileiros candidatos ao
título da Copa Libertadores, sabem que enfrentarão um adversário extremamente
qualificado em uma provável decisão de Mundial de Clubes.
*Leia mais sobre a grande final da Liga dos Campeões da Europa em Wembley
Mattheus Reis