sexta-feira, 10 de maio de 2013

Primeira vitória

                                    O belo gol da diplomacia brasileira
  
   O Brasil atraiu novamente os holofotes da comunidade internacional, nesta semana, após a brilhante conquista de um importante cargo na Organização Mundial do Comércio. A entidade  terá como diretor-geral o diplomata Roberto Azevêdo. Embora os dados estatísticos não tenham sido divulgados, é provável que a margem da vitória brasileira seja ampla, o que ratifica a credibilidade da diplomacia nacional.
      O principio básico da OMC caracteriza-se pela multilateralidade das relações comerciais, ou seja, que o comércio proporcione benefícios mútuos, tanto para potências quanto emergentes ou subdesenvolvidos. Em suma, a parcialidade de interesses deve ser assegurada. O trunfo de Azevedo é ser um dos representantes da política externa brasileira, marcada independência e conciliação.
      Na rodada final de escolha, o mexicano Hermínio Blanco foi seu concorrente. Duas ideologias personificadas nos candidatos enfrentaram-se. A diplomacia brasileira é vista por muitos líderes como defensora dos anseios dos países menos favorecidos. Blanco, apontado como favorito devido ao apoio de Estados Unidos e da União Europeia, é adepto de um perfil liberal e contribuiu para a elaboração do NAFTA. De fato, uma liderança flexível poderia encaminhar a economia a um estágio de retomada da estabilidade, retirando-a do cenário de crise que se estende além do imaginado.
     Entretanto o apoio Estados Unidos, em maior escala, representa o desejo americano de ter um aliado que o beneficie nas relações comerciais. Sem a intenção em rebaixar o nível da conserva, porém sob uma perspectiva mais nítida e crua da realidade, Hermínio Blanco seria "adestrado" pelo “Tio Sam”. Logo o estabelecimento de privilégios desonraria o princípio fundamental da OMC.  Para o bloco liderado pelos BRICS que elegeu Azevêdo, a receita neoliberal precisa, ao mínimo, ser engavetada por algum tempo.
     A vitória na OMC dá bagagem e experiência iniciais para o Brasil almejar cargos de relevância ainda maior, como a sonhada vaga permanebte no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Um caminho longo, porém consciente, que deve ser trilhado a partir de etapas, sem os comuns voos que não levam a lugar algum já que um posto tão importante requisita notoriedade e mérito.
                                                               Mattheus Reis

Nenhum comentário:

Postar um comentário