sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vitória da superação

                                               
                                                  Aonde erramos?


A heroica classificação do Chelsea diante do Barcelona - em um Camp Nou lotado - abalou as estruturas do clube catalão. A ausência de títulos na temporada, pelo incrível que pareça, instaura uma crise semelhante às que equipes brasileiras atravessam. Nunca três derrotas soaram com uma intensidade tão assustadora. Porém, questionar a superioridade e reputação do Barcelona é ,no mínimo, precipitado.
  
  O Real Madrid, que praticamente se consagrou como o campeão do Campeonato Espanhol, também sofreu um duro golpe com a eliminação da Liga dos Campeões para o Bayern de Munique (ALE). Disputando a final, em casa, contra o Chelsea, a equipe alemã tem grandes chances de vencer o torneio.
   É inaceitável o torcedor criticar Lionel Messi, pelo pênalti perdido na terça-feira e acusá-lo de "amarelar" nas decisões. Esta atribuição deveria ser feita a Cristiano Ronaldo, que embora tenha marcado dois gols no duelo contra o Bayern, cobrou pessimamente uma das penalidades na série. O filme da final da Liga dos Campeões de 2008 se repete, quando o craque português - atuando pelo Manchester United - marcou um gol sobre o mesmo Chelsea, entretanto desperdiçou outro pênalti. Por sorte os "Red Devils" conquistaram a Europa e posteriormente o mundo, naquele ano.
   Caso houvesse uma decisão do 3° lugar, assim como na Copa do Mundo, Barcelona e Real Madrid disputariam um jogo mais atraente do que a própria final.
   Não existe outra estratégia de triunfar sobre Barcelona a não ser aquela que imponha uma rígida marcação, oportunismo nos contra-ataques e um pouco de sorte. Às vezes nem isso funciona...
   Como já noticiado pela imprensa, com contrato próximo do fim (30 de Junho), o técnico Pep Guardiola encerra seu ciclo na equipe. O comandante tão vitorioso, talvez tenha se equivocado ao transmitir confiança demais ao afirmar que chegaria a final, sem dúvida. Foi vítima direta da "crise".
   Se o Barcelona equivocou-se ao considerar que poderia definir a partida a qualquer momento faltou o aviso de que independentemente do time, onze atletas buscarão ao máximo a superação; os do Chelsea conseguiram. E, nós, meros admiradores do futebol erramos porque achávamos que o melhor time do mundo era imbatível.
       "O futebol é imbatível porque nenhum time é imbatível."  (Mauro Beting)


*Leia mais sobre a desclassificação do Barcelona nas semi-finais da Liga dos Campeões da Europa!
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-espanhol/noticia/2012/04/senhor-barca-pep-guardiola-colheu-titulos-recordes-e-poucas-frustracoes.html

                                             Mattheus Reis

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Lição não aprendida

Voo de galinha

No último final de semana, em Nova Delhi, capital da Índia, encerrou-se a cúpula que reuniu os líderes dos países membros do BRICS, bloco mais ascendente da atualidade. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul analisaram futuras tendências contando com a redução da influência da União Européia, em consequência da recessão, e medidas que vislumbram a promoção do grupo na comunidade internacional.   
  
   Uma destas medidas refere-se a criação de uma instituição financeira de suporte aos BRICS. A presença de um banco que promova o desenvolvimento do bloco - assim como o BNDES - é benéfica desde que as economias destes países atinjam considerável grau de estabilidade. Meta ainda não consolidada.
   Cada vez mais o Brasil depende econômica e comercialmente de parceiros emergentes, como a China. A busca de novas alternativas rentáveis é uma rota de fuga da austeridade e dos impactos decorrentes da crise do euro. Porém, o Brasil comete pela segunda vez o mesmo erro. No período das oligarquias, a necessidade de exportação do café e outros produtos para os E.U.A. e outros países - como forma de manutenção de um superávit econômico - assentou a economia em uma situação volátil. Quando a Crise de 1929 estourou...  
   Atualmente a produção agrícola objetivando a demanda interna continua desestimulada pelo governo com o agravante da desleal concorrência da entrada maciça de produtos e investimentos chineses, impedindo a expansão da atividade industrial nacional.     
   Por mais excepcional que seja seu alto e constante crescimento, em média 9% nas últimas 3 décadas, a China será obrigada e adequar sua estrutura financeira ao posto de 2ª maior economia mundial. Caso isso não ocorra, a especulação levará para o fundo do poço o país e quem depende dele.
   O momento favorável em relação ao contexto mundial concede ao BRICS o direito de exigir maior representatividade em órgãos como a ONU e o FMI. Entretanto, medidas precipitadas que culminem em um retardo do crescimento comprometem o audacioso plano de hegemonia política do bloco.   

* Leia mais sobre a reunião dos BRICS na Índia.

                                                  Mattheus Reis