segunda-feira, 2 de abril de 2012

Lição não aprendida

Voo de galinha

No último final de semana, em Nova Delhi, capital da Índia, encerrou-se a cúpula que reuniu os líderes dos países membros do BRICS, bloco mais ascendente da atualidade. Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul analisaram futuras tendências contando com a redução da influência da União Européia, em consequência da recessão, e medidas que vislumbram a promoção do grupo na comunidade internacional.   
  
   Uma destas medidas refere-se a criação de uma instituição financeira de suporte aos BRICS. A presença de um banco que promova o desenvolvimento do bloco - assim como o BNDES - é benéfica desde que as economias destes países atinjam considerável grau de estabilidade. Meta ainda não consolidada.
   Cada vez mais o Brasil depende econômica e comercialmente de parceiros emergentes, como a China. A busca de novas alternativas rentáveis é uma rota de fuga da austeridade e dos impactos decorrentes da crise do euro. Porém, o Brasil comete pela segunda vez o mesmo erro. No período das oligarquias, a necessidade de exportação do café e outros produtos para os E.U.A. e outros países - como forma de manutenção de um superávit econômico - assentou a economia em uma situação volátil. Quando a Crise de 1929 estourou...  
   Atualmente a produção agrícola objetivando a demanda interna continua desestimulada pelo governo com o agravante da desleal concorrência da entrada maciça de produtos e investimentos chineses, impedindo a expansão da atividade industrial nacional.     
   Por mais excepcional que seja seu alto e constante crescimento, em média 9% nas últimas 3 décadas, a China será obrigada e adequar sua estrutura financeira ao posto de 2ª maior economia mundial. Caso isso não ocorra, a especulação levará para o fundo do poço o país e quem depende dele.
   O momento favorável em relação ao contexto mundial concede ao BRICS o direito de exigir maior representatividade em órgãos como a ONU e o FMI. Entretanto, medidas precipitadas que culminem em um retardo do crescimento comprometem o audacioso plano de hegemonia política do bloco.   

* Leia mais sobre a reunião dos BRICS na Índia.

                                                  Mattheus Reis

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