domingo, 29 de janeiro de 2012

Vítimas da negligência

                                     Lições da tragédia

O desabamento de 3 edifícios, na última quarta-feira, no centro do Rio de Janeiro comprovou a omissão tanto do governo quanto de especialistas em engenharia civil. Quando tal incompetência se faz presente, tragédias como esta que aconteceu nesta semana são apenas, infelizmente, questões de tempo.

   Do governo, advém a ausência de fiscalização nas obras. É inaceitável as autoridades permitirem que janelas sejam erguidas, comprometendo estruturas de sustentação, ainda mais sendo esta prática proibida por lei. Porém não existe em código algum a necessidade de declarar a execução de obra interna, outro fator responsável pelo desabamento.
   Por mais burocráticas que sejam as leis, o desastre no centro do Rio de Janeiro não pode cair em esquecimento. A criação de uma legislação voltada para a segurança destas construções é urgente.
   A demora em um pronunciamento oficial do governador Sérgio Cabral e do prefeito Eduardo Paes condiz com o aparato elaborado para acontecimentos de grande porte. O Estado não deve presenciar somente momentos de vislumbro e de sucesso da cidade. A omissão transmite uma imagem de incapacidade política ao exterior e um descaso com a população.
  Acerca da comunidade de engenharia e arquitetura é necessária uma reflexão; que no momento do planejamento de uma grande obra, a segurança daqueles que utilizarão - seja um edifício ou uma casa - deve ser priorizada ao invés do lucro proveniente da compra de materiais de baixa qualidade.
  A capacitação do profissional engenheiro é primordial, principalmente com a estrutura e instalações esportivas para a Copa do Mundo, em 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 quando erros desta escala serão inadmissíveis.
  
                                                              Mattheus Reis
  

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Triste Rotina

                                                     Copiar não é difícil

Infelizmente já é praxe, nos meses de janeiro e fevereiro, os brasileiros presenciarem os efeitos das chuvas torrenciais de verão, que são intensamente agravados pela ausência de políticas de habitação e de medidas preventivas em áreas suscetivas a tragédias, o que certamente salvaria a vida de várias pessoas.

    O governo federal, por intermédio do Ministério de Integração Nacional, concluiu, em relatório, que 256 municípios nas regiões sudeste e sul correm riscos eminentes de serem atingidos por enchentes e deslizamentos. Todavia, somente 25% deste total receberam aparato financeiro e estrutural para lidar sob tais situações.
    Não há como atender completamente as cidades se cerca de 90% da verba da pasta é repassada ao estado de Pernambuco - terra natal do ministro Fernando Bezerra. O ministério não faz jus a sua devida função. Que integração nacional é esta que auxilia apenas 1 estado? Torna-se mais inviável ainda se os 10% restantes são alvos de desvios e fraudes, como fora comprovado na tragédia da Região Serrana Fluminense, há exatamente 1 ano.
    A justificativa apresentada pelo Estado de que cabe à população a maior responsabilidade pelo agravamento destas catástrofes, por habitar áreas de risco, é verídica sendo ao mesmo tempo, fruto da inexistência de planejamentos adequados de habitação. A responsabilidade é direta e indiremente ligada às autoridades públicas.    
   O exemplo de superação a curto prazo, baseado na organização e no espírito coletivo vem do outro lado do mundo. O Japão, quando atingido pelo terremoto seguido de Tsunami em março de 2011, soube imediatamente iniciar o processo de reconstrução. Partes devastadas do território nipônico estavam completamente remodeladas, meses depois. Vale ressaltar a situação de estagnação atravessada pelo país, mediante crise financeira, o que poderia ter retardado tal processo.
   Conceituados intelectuais e filósofos crêem na criação e na inovação como um dos grandes desafios da humanidade. Copiar de quem cria é apenas um mecanismo automático, não exige esforço do pensamento. O Japão criou, inovou. Por quê é tão difícil para o Brasil copiar o modelo empregado pelos japoneses para a superação rápida de tragédias? 

                                                                 Mattheus Reis