sábado, 24 de dezembro de 2011

Um mês diferente

Os dezembros possuem um aroma almiscarado de saudade com esperança.
Dezembro é a encruzilhada, princípio e fim ao mesmo tempo, o ano corrente se despede enquanto o Ano Novo vem venturoso e repleto de felicidades.
Dezembro é sempre mágico, é o encontro ímpar de passado e futuro, é a hora da reflexão e dos desejos, de enxugar as lágrimas do que não volta mais, e do sorriso da expectativa.
Dezembro é Natal, é beleza, é o momento da redenção da fé, do perdão, de lembrar dos esquecidos, dos desesperados, de enxergar além do próprio umbigo.
Dezembro é o mês de sermos mais humanos e estarmos mais sensíveis.
Dezembro é exceção, mas deveria ser rotina , é exemplo e deveria ser seguido.
Dezembro é festa. Reveillon, pedidos escritos a lápis em papéis virgens e raramente lembrados depois, flores jogadas ao mar com refluxo ansiosamente aguardado e, crenças repentinas e fugazes que geralmente se dissipam com a fumaça dos fogos.
É promessa de mudança , é chama acesa!
é tempo de saudade dos que não estão mais conosco e abrilhantavam nossos dias ou mesmo eram a razão principal deles.
É hora de repensar os erros e não mais cometê-los, é o momento de repenssar os acertos e aprimorá-los
Dezembro é prelúdio do futuro, é a chave do recomeço, é a estação final do passado, a conexão com o futuro, o momento de arquivar o que passou de forma que possa ser facilmente consultado depois.
Dezembro é extremo, é decisivo, é palco de todas as recordações, é mais um álbum que se fecha.
Dezembro é quando eu me lembro da mais impermanência e de que sou só um grão de areia oscilando ao sabor das dunas intermitentes do destino que nunca cansam de se modificar.
Dezembro é ainda um ótimo mês para nascer...!

Autor: Ernesto Porto Fernandes

                                 Bom Dezembro, um Feliz Natal e um ótimo ano novo!
                                                           Mattheus Reis

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Iguais e ao mesmo tempo antagônicos

                         O mundo norte-coreano do "faz de conta"

Na terça-feira o chefe supremo do regime comunista norte-coreano Kim Jong-Il (à esquerda) faleceu. Antes deste fato o ditador já iniciara a preparação de seu filho, Kim Jong-Un (à direita) para uma possível transição. Inovando em 1994, a Coreia-do Norte realizou a primeira sucessão hereditária de um governo socialista. A segunda no entanto, não estava planejada para acontecer tão cedo.

    Kim Jong-Un teve apenas um ano de ensinamentos para assumir o poder enquanto seu pai preparou-se por mais de uma década. Mesmo que compartilhe de visões democráticas - esteve inserido no contexto ocidental, pois estudou na Suíça - o novo chefe de Estado não conseguirá facilmente conduzir o país a uma abertura política e econômica. Antes disso necessitará agradar os rígidos membros do governo a fim de consolidar-se no cargo e adquirir estabilidade.
     Por mais que possuam nomes iguais. Um "Kim" é diferente do outro e a inexperiência pesará para o filho ao iniciar seu governo. 
    A repentina troca do poder é um diagnóstico a curto/médio prazo de que a situação da Coreia do Norte não sofrerá grandes alterações. Portanto, será redobrada a atenção de países como Coreia do Sul e Japão acerca do potencial nuclear desenvolvido pelos norte-coreanos. Atualmente, o desespero é predominante em um Estado detentor de uma bomba atômica. Isso assusta qualquer um.   
   Tal regime autoritário - implantado após a II Guerra Mundial - expõe um paradoxo praticamente exclusivo. O modelo socialista/comunista carrega como seu pilar de sustentação a igualdade social e divisão igualitária de riquezas. Na Coreia do Norte teoria e prática não se compatibilizam. Mais de 80% da população está abaixo da linha da pobreza e várias pessoas não sobrevivem a fome, diariamente.
    E mesmo diante deste contexto, é impressionante a reação de devoção e idolatria dos norte-coreanos por seu líder. Parabéns a Kim Jong-Il que com tanta pobreza e atraso social, promoveu a manipulação de seu povo. Ele é um herói às avessas.
   O patriotismo supera todos os problemas existentes, fazendo até mesmo a população se esquecer deles. O governo se aproveita e também tenta ignorar seus defeitos. Pior cego é aquele que não enxerga esse faz de conta.  

*Leia mais sobre a morte do ditador norte-coreano!          



                                                              Mattheus Reis

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Melhor do mundo

                   O ano que não terminou para os Rubro-Negros

   O dia 13 de Dezembro para os rubro-negros é mágico e inesquecível. Há exatamente 30 anos o Clube de Regatas do Flamengo conquistou o título mais importante de sua história. Um time praticmante imbatível que derrotou fulminantemente a equipe inglesa do Liverpool por 3x0, na decisão do Mundial de Clubes do Japão, em 1981.

   Sem dúvida essa geração campeã mundial foi a mais brilhante formada pelo rubro-negro carioca dominando a década de 1980 do futebol brasileiro com 4 títulos nacionais, 1 Copa Libertadores da América, além do torneio intercontinental.
   Mesmo atuando em épocas distintas, não se considera um exagero a comparação entre o atual Barcelona (ESP) e o Flamengo de 1981. Analisando-os, é possível encontrar semelhanças. Isso se deve ao fato de ambos elencos serem formados, em sua maioria, por atletas oriundos das categorias de base e possuírem craques excepcionais - Messi e Zico, respectivamente, que são bem parecidos tecnicamente, com suas arrancadas, assistências e finalizações magistrais.
   Zico até hoje é reconhecido pelos japoneses, sendo o craque do Kashima Antles (JAP), na década de 1990 e técnico do Japão na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha.
   O prazer de praticar um futebol arrojado, sempre ofensivo e em busca do gol orgulharia os torcedores caso acontecesse um duelo entre os dois times. Seria um embate de titãs. Infelizmente isto é impossível.
   Amanhã, o Santos Futebol Clube entrará em campo também com o intuito de marcar a história. Ser a primeira geração pós-Pelé a conquistar o mundo. Por mais que seja incrível a equipe do Barcelona - comandado por Messi e cia. - e extremamente difícil derrotá-lo, o Santos, chegando à final tem condições reais de se sagrar campeão.  O Brasil equilibra o jogo com a raça que detém. Mas antes de tudo isso há o duelo contra o Kashiwa Reysol (JAP), válido pelas semi-finais. Ninguém deseja encontrar mais um "Mazembe" pelo caminho.
   Mesmo sendo o segundo clube brasileiro a vencer o Mundial de Clubes, o Flamengo abriu caminho para que esse título fosse tão cobiçado pelas outras equipes do Brasil. É o ápice da emoção saber que o Rubro-Negro chegou lá, ao topo, neste ano de 1981, que nunca acabará para a Nação. Que bom ter escolhido o time certo para torcer!

*Veja os gols do título Mundial do Flamengo!
http://www.youtube.com/watch?v=lghfvgrC3HM&feature=related

* Leia mais acerca da conquista do Flamengo!
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2011/12/em-duelo-dos-sonhos-fla-campeao-mundial-em-1981-diz-que-bateria-barca.html

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2011/12/recordar-e-viver-campeoes-mundiais-contam-historias-da-geracao-de-1981.html


                                                             Mattheus Reis

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Efeito dominó

                                                                Via única

   Nessa semana, a presidenta Dilma Rousseff, por mais relutante que tenha sido em afastar o ministro Carlos Lupi do comando da pastado trabalho, não resistiu as pressões das bases aliadas e opositoras e acabou demitindo-o. Lupi é o sétimo ministro do governo a ser derrubado desde o início do governo Dilma.

   Assim como seus colegas, não precisou ser abatido à bala e por mais que ame a presidenta, a escolha foi a mais correta. Embora seja considerado um homem forte e de confiança do governo, o ministro do trabalho envolveu-se em escândalos incortonáveis e dificilmente escaparia das acusações. E mesmo que escapasse, continuaria no cargo sem credibilidade.
   Pensando a longo prazo, no seu processo de reeleição, Dilma Rousseff evitou um desgaste maior na sua equipe, além das críticas que sofreria tanto agora quanto em 2014 de opositores do PSDB que provavelmente lançarão candidatura ao planalto.
   O próximo da lista é Fernando Pimentel, sob investigação por ter recebido comissão de R$130.000 de uma empresa nordestina de forma suspeita. Como ocupa uma pasta de menor importância  (desenvolvimento, indústria e comércio), não deve resistir, nem mesmo, até reforça ministerial, que ocorre no início do mês de Janeiro.
   Se a queda sucessiva soa como um atestado de incompetência por parte da presidenta, é importante ressaltar que no fim do ano passado houve controvérsia devido a intervenção de Lula na escolha da equipe que seria comandada por Dilma. Ambos são os responsáveis.
   A única via de arcar com as consequências baseia-se na conclusão imediata dessa "faxina". Negada pelo governo, ela realmente existe. E por mais contestada que seja, é o único instrumento acessível que auxilie - mesmo que parcial e momentâneamente- no combate a esta crise.

                                                                 
                                                       Mattheus Reis
   

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um penta para o doutor

                                               Uma torcida que tem time

Com o empate em 0x0 diante do arqui-rival Palmeiras, o Corinthians conquistou seu pentacampeonato nacional - na edição que foi considerada a mais emocionante e equilibrada de toda a história. O domingo que tinha começado triste com o falecimento do ídolo Sócrates terminou em repleta alegria com o título corinthiano.

   Alguns momentos no Brasileirão foram cruciais para a equipe paulista. Desde a manutenção de técnico Tite até os gols decisivos e vitais de Ramirez e Adriano contra Ceará e Atlético-MG respectivamente, contribuindo para o triunfo alvinegro nesse ano. Talvez se houvesse precipitação por parte da diretoria em demitir Tite quando o time atravessou fases instáveis, a fiel torcida não estaria vibrando hoje.
   Isso é apenas um exemplo de que a confiança no trabalho de um treinador a longo prazo compensa e pode gerar bons frutos.
   A equipe que se manteve por mais rodadas na liderança da competição, de fato foi a mais constante e regular, merecendo ser a campeã, embora não tenha apresentado o melhor futebol, sendo este praticado pelo Vasco da Gama.
    É muito difícil conciliar, em final de temporada quando há o desgaste físico excessivo, duas competições na maneira pela qual o Vasco estava administrando.
    O Corinthians entrou em campo mais do que motivado. Sabia que jogaria com 12 jogadores. A torcida sempre apoiou o time durante todo o ano e ontem não foi diferente e nem poderia ser. Somado a isso, o fator emocional foi aguçado pelo adeus de Sócrates. Era praticamente obrigação ganhar o campeonato. Nem precisava. Em meio ao contexto criado, o destino já tinha traçado o caminho do Corinthians ao topo.  
    Em 2012, o "bando de loucos" terá mais uma oportunidade para concretizar o sonho da Libertadores da América. Santos, Vasco, Fluminense, Flamengo e Internacional serão os outros representantes brasileiros na disputa continental.

* Leia mais sobre a conquista do "Timão" !              
http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2011/12/tite-confirma-reuniao-ainda-nesta-semana-para-discutir-renovacao.html                              

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/doutor-do-futebol/
 
        
                                                           Mattheus Reis

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Por fora de moda

                                                    "Esporte" do Século XXI

    A gente vê que está ficando velho quando descobre que não sabe mais o que é moda e resiste a aceitar, por exemplo, o fênomeno UFC-MMA, que hoje é uma febre entre crianças e adolescentes, moças e rapazes, senhoras e senhores. Há previsão de que daqui a pouco vá ultrapassar a Fórmula-1 e o vôlei em popularidade, perdendo somente para o futebol.
   A minha rejeição é por não admitir como esporte esse vale-tudo em que um pontapé bem dado pode desfigurar o rosto do adversário, como ocorre frequentemente. Se isso é permitido como condenar o mesmo tipo de agressão numa briga de trânsito ou de dois alunos numa escola? Quando manifestei minha opinião há algum tempo, meus colegas e amigos afirmaram que esses tipos de luta já eram existentes desde a antiguidade. De fato é verdade, mas também respondi que já foi divertido jogar cristãos vivos na arena para leões famintos, e que pelo menos nisso a civilização avançou.
   O ápice do UFC foi o evento realizado no Rio de Janeiro e, recentemente a o combate, transmitido em rede nacional, entre Junior Cigano e Cain Velasquez valendo o cinturão dos pesos pesados. Não vi a transmissão, mas fiquei imaginando Galvão Bueno  atualizando um de seus bordões - " Vai que é tua, Cigano". Ah, que saudade dos tempos em que em vez de gritar " Junior Cigano, do Brasil!" ele dizia "Ayrton Senna, do Brasil!" Sua proposta de herói nacional já foi melhor.
    Confesso que assisti alguns eventos do UFC, lutas excepcionais de Anderson Silva, por exemplo. Além disso, tenho ciência das medidas de segurança exigidas pelos organizadores e de que trata-se de um modernismo esportivo. Mesmo assim  infelizmente, sou um caso perdido, não adianta, não tem jeito. Vou me juntar aos meus amigos jurássicos e me recolher ao parque dos dinossauros mais próximo. Até agora, não fui contagiado por esta febre disseminada pelo MMA; até agora. Entretanto, pelo jeito que esta pandemia se alastra, quem sabe daqui a algum tempo eu não seja mais um entre os fãs.

                                                           Mattheus Reis

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Crise às urnas

                                                       Fim da linha

   No próximo domingo, os cidadãos espanhóis irão às urnas para eleições gerais. A turbulência econômica global gera esperança de mudança para os eleitores e estes ao mesmo tempo depositam um voto de confiança a um governo desprestigiado pela elevadíssima taxa de desemprego atingindo 25%.
   
    Este pesadelo para os espanhóis e sobretudo imigrantes os assombram desde 2008 a economia do do país quando a crise imobiliária arruinou os desejos da população que, com a perda de seus postos de trabalho, não obteve recursos necessários até mesmo para a sobrevivência.
    As pesquisas apontam um inusitado e surpreendente empate técnico entre as 3  alas políticas - Socialista, Nacionalista e Conservadora - logo, não é possível afirmar o partido que governará a Espanha nos próximos anos. Todavia, dentre estes, o atual cúpula social do premier José Luiz Zapatero (foto) é tida com menor favoritismo. 
    A missão para o vencedor requererá raríssima habilidade. Retirar a economia do país da estagnação e reduzir as taxas de desemprego serão medidas imprescindíveis, mas não poderão ser executadas individualmente. Somente a recuperação financeira da Zona do Euro possibilitará a ascenção de cada Estado.
    A inserção da Grécia - que apresenta apenas 3% do PIB da União Europeia - ao bloco foi o agravante da crise, entretanto de maneira alguma pode ser apontada como a causa deste problemas que iniciou-se em 2008, nos E.U.A.     
    Ao menos, o novo governo não se preocupará com o ETA - grupo separatista que luta a favor da emancipação do Pais Basco - que anunciou sua desmilitarização.
    Independentemente dos efeitos causados pela troca de governo, para os imigrantes o sonho de melhoras das condições de vida acabou. Não é mais vantajoso permanecer em países centrais mergulhados na recessão enquanto suas nações de origem - principalmente as latino-americanas - atravessam momentos mais favoráveis e de desenvolvimento econômico e social.

* Leia mais sobre as Eleições na Espanha!

                                                               Mattheus Reis  

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Não é um número qualquer

                                    7.000.000.000                                                  
  
O mundo alcançou a marca de 7 bilhões de pessoas, nesta segunda-feira (31/10) quando nasceu nas Filipinas, país localizado no leste asiático, o ilustre habitante que se tornou símbolo desta nova fase da sociedade mundial.

   O novo contexto gerado pela globalização, que acentua as disparidades sócio-econômicas, possibilitou uma aceleração da natalidade sobretudo nos continentes asiático e africano. Praticamente todo o crescimento populacional é oriundo destas regiões do planeta. De acordo com o relatório divulgado pela ONU, o desafio das nações baseia-se na redução da pobreza e evolução de infra-estrutura para acomodação de tal contingente.
   O Brasil consegue associar esses fatores pela nova proporção assumida pelas estruturas da pirâmide populacional. Com a menores taxas de crescimento e consequentemente maior número de adultos, o país eleva sua População Economicamente Ativa (PEA) - responsável pelo Produto Interno Bruto (PIB) -culminando no incremento do desenvolvimento.
   Na dinâmica internacional a fome é a maior barreira imposta àqueles que vivem em países com níveis de pobreza extremos. Atualmente, a produção mundial de alimentos é considerada mais que suficiente para atender esta nova demanda, porém a população não é assistenciada por tal produção, priorizada à exportação pelo Estado que por sua vez, necessita manter uma balança comercial favorável.
   Quanto mais a população cresce, menor é a preocupação ambiental. Pelo visto, esta é a lógica. O maior consumo - principalmente dos países ricos - dos recursos naturais gera um desgaste das estruturas geológicas e biológicas da Terra. Sendo assim, mais países e pessoas estão suscetíveis aos desastres ambientais e fenômenos climáticos.
   Ao mesmo tempo que pode ser um desafio exorbitante conciliar o crescimento populacional a uma qualidade de vida desejável, a mudança de atitude e a conscientização são os primeiros passos a serem dados. A Terra conta, agora, com o aparato de 7.000.000.000 . Com certeza não vai faltar gente pra salvá-la. 

* Leia mais sobre o assunto!
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/mundo-chega-7-bilhoes-de-pessoas-confira-curiosidades-e-numeros.html

                                                              Mattheus Reis

domingo, 30 de outubro de 2011

Três é demais

                                                Tapando o sol com peneira

     Pelo terceiro ano consecutivo, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) aplicado no último final de semana, apresentou falhas na sua execução. O vazamento da prova no estado do Ceará compromete ainda mais a eficiência do teste e aumenta cada vez mais a ansiedade dos candidatos.
   
   Alguns destes pretendem até a anulação, judicialmente, do ENEM. De fato, não há como afirmar que apenas alunos de Fortaleza tiveram acesso às questões, contando que a obtenção de informações privilegiadas através de ferramentas poderosas, como a Internet, é simples e fácil.
    Além de ser considerado como insuficiente para qualificar estudantes à universidade, os sucessivos erros fazem com que se repense a importância do exame.
    O gradual fim dos vestibulares agrava a situação. Uma das justificativas é a promoção carentes ao ensino superior. Trata-se de uma boa iniciativa, pois reduz os custos dos candidatos em relação as taxas de inscrição. Todavia a maioria dos aprovados detém média/alta renda. A exclusão continua.
    Os vestibulares poderiam ser descartados desde que o conteúdo do ENEM fosse elaborado conjuntamente pelas instituições públicas de ensino superior, contribuindo assim para a evolução do nível de dificuldade da prova.
    São estas alternativas mais viáveis para contornar os desgastes existentes. Ao invés de barrar o uso de canetas que não sejam transparentes - uma das regras do edital -, o Ministério de Educação e Cultura (MEC) deveria atentar-se para aquilo que realmente pode gerar controvérsias e confusões na realização da prova. Caso algo diferencial não seja tomado, será previsível o que acontecerá com o ENEM, nos próximos anos, e com o governo também, que sempre minimizará os problemas.

                                                                    Mattheus Reis

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Súplica carioca

                                                O petróleo é nosso

Ontem, o Senado Federal aprovou a emenda constitucional, na qual permite o repasse e divisão dos royalites oriundos da extração petrolífera a estados que não são produtores do combustível. Maior produtor do país, o Rio de Janeiro poderá perder grande parte de sua receita, caso a presidenta Dilma Rousseff sancione tal proposta.
  
   Os defensores do projeto afirmam ser benéfica a repartição dos altos valores dos royalites, em função do desenvolvimento gerado por estes às federações com menor verba fornecida pelo Governo Federal.
   É evidente que esta intenção é uma das mais nobres. Sim, para que o Brasil evolua como um todo, é fundamental que todas as suas regiões obtenham esta evolução homogêneamente, o que nunca aconteceu nos 510 anos de história deste país.
   Mesmo assim, esta maneira apresentada não condiz com a solução do problema da submissão econômica ao Sudeste.
   A proximidade dos grandes eventos que o Rio de Janeiro abrigará, cria uma aflição nas autoridades fluminenses, correndo eminentes riscos de perda de uma das suas principais garantias financeiras. Fora as consequências secundárias acarretadas como aumento de impostos e cortes na previdência social - cerca de 50% das aposentadorias são pagas como o dinheiro proveniente dos royalites.
   Todo esse contexto remete ao período Varguista, que promoveu a nacionalização do petróleo, impedindo a atuação de empresas estrangeiras no ramo, por via da campanha " O Petróleo é nosso". Em 2011, as circunstâncias são divergentes, mas o slogan é um grito de guerra e ao mesmo tempo uma súplica dos cariocas

                                                        Mattheus Reis  

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Contra-ataque

                                                   O ano que está apenas começando

"Primeiramente, gostaria de esclarecer que este artigo e de autoria da escritora Rossika Darcy de Oliveira e foi publicado na edição carioca do jornal "O Globo" em 15/10/2011."
   
     Às vezes, inesperadamente, a história se acelera. Foi assim em 1968, quando, mundo afora, jovens foram às ruas, pedindo, uns, a imaginação no poder, outros, o povo no poder. Foi assim em 1989, quando caiu o muro de Berlim, levando de roldão o carcomido socialismo real. Tempos em que novas ideias e valores vieram à tona, regenerando tecidos sociais e culturais. Anos que invadiram as décadas que se seguiram.
     2011 está sendo um ano assim. Do Cairo a Tel-Aviv, de Madri a Nova York, a indignação move multidões.
     São pessoas, não partidos, ocupando praças onde ecoa um sonoro “não”, entoado em diferentes refrões. Gente que, afirmando o que não quer, diz, pelo avesso, o que quer. Não querem mais ditaduras.
     A Praça Tahrir deu o exemplo. O mundo árabe ecoou a mensagem primaveril e vai pondo para correr, um a um, ditadores que se acreditavam eternos.
    Mulheres sauditas saem às ruas dirigindo automóveis em desafio à lei que até isso lhes proibia. Além da carteira de motorista, ganham título de eleitoras e o direito de ser candidatas.
    Na Indonésia, maior país islâmico, minissaias e véus se misturam nas praças em protesto contra a violência sexual. Oslo responde atribuindo o Prêmio Nobel da Paz a três mulheres, duas da Libéria e uma do Iêmen, defensoras dos direitos humanos e - coisa rara por lá - que entendem por humanidade os homens e as mulheres. Longe do espantalho fundamentalista, querem liberdade.
    No Brasil não queremos mais a corrupção, que não é mais aceita, como já foi, como fato cultural, o que desonrava nossa cultura e exilava a ética. O movimento Ficha Limpa, inovador e eficaz, nos redime desse estigma.
    Os indignados que acamparam em Madri - e o rastilho está correndo em toda a Europa - não querem mais injustiça. Questionam uma lógica econômica que destrói empregos e direitos sociais, denunciam o banditismo que impregna o sistema financeiro global.
    Em Nova York, americanos ensaiam ocupar Wall Street e chamam de escroques senhores que até ontem eram o símbolo mesmo do poder e do sucesso. Sustentam que é dali, não do Iraque ou do Afeganistão, que provém a ameaça mais clara e iminente aos Estados Unidos.
    Em 2003, Warren Buffet, que entende do assunto, já alertava para o risco de uma “megacatástrofe” provocada pelos derivativos financeiros, “armas de destruição em massa” com o poder de destroçar a economia mundial. Quando essa percepção se espalha pelo mundo, o rei nu perde suas míticas calças de veludo. O que está sendo repudiado como imoral não é só a ordem econômica. É um sistema de valores, ou melhor, um sistema desprovido de valores, que tem o dinheiro como fim e a ganância como princípio, destruidor dos laços de solidariedade que construíram a civilização, contrariando a lei da selva.
    Não importa quantos manifestantes estarão neste sábado em frente à City de Londres ou na Grand Place de Bruxelas, e quantas mais cidades pelo mundo terão aderido ao dia mundial de protesto. A profundidade da indignação não se mede pelo número de indignados. A radicalidade da mensagem que estão mandando quebra o senso comum que teve longa vida e entregou ao mercado e aos políticos — e quão promíscua é a relação entre eles — o direito de decisão sobre o destino de todos.
    Os protestos planetários dão o depoimento vivo sobre a agonia de um sistema político que, contaminado pelo sistema econômico, perdeu legitimidade. Órfãos de seus representantes os manifestantes se representam a si mesmos. Iniciativas debatidas na grande rede deságuam nas praças. Sem a rede não existiria a praça. Mas é a praça que tece a vida real. A rede e a praça são os recursos com que os “99%” contam frente à falência e à cumplicidade dos sistemas econômico e político.
    Fechado em sua lógica, o mundo político não decodifica o enigma das ruas e desqualifica seus atores: arruaceiros, sonhadores que não sabem o que querem, sem programa e sem organização. Desconectados do mundo real, políticos míopes não medem a extensão de seu próprio desastre.
   Os protestos não são um revival de nada. São um fato inaugural. Manifestações de rua são febris e, como a febre, sintomáticas. Podem refluir, mas nada será como antes. Terão sido o rascunho de uma nova agenda de angústias e alegrias humanas, não de perdas e ganhos financeiros. Liberdade, justiça e ética são demandas que sintetizam um novo humanismo. Expressões como bem viver e felicidade, que soavam piegas e fora de moda, ressurgem como esperanças.
   A indignação é uma resposta à procura de sua pergunta. 2011 é um ano que está aénas começando.

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domingo, 9 de outubro de 2011

Apenas uma questão de tempo

                                                                         Sem limites

   Na madrugada deste domingo (09/10) a Fórmula-1 conheceu o seu mais novo campeão da temporada de 2011. Incontestável durante o campeonato, Sebastian Vettel dominou com sobras a liderança e era o mais apto para a conquista do título.
   
   As 5 vitórias nas 6 primeiras etapas garantiram uma vantagem confortável para os outros pilotos na disputa; o que seria motivo de desleixo - como foi o caso de Lewis Hamilton , em 2007 - poderia culminar na perda do bicampeonato.
   Entretanto, em momento algum, cogitou esta possibilidade. Não queria dar uma oportunidade ao azar. Claro que que pilotava o melhor bólido, contudo todo campeão qualificado além de ser brilhante necessita de constância. Talvez esta tenha sido a diferença dos títulos de 2010 e 2011.
   No ano passado, Vettel foi apenas brilhante, enquanto seu companheiro, o australiano Mark Webber, teve como palavra-chave o equilíbrio. Erros e trapalhadas fizeram com que o alemão fosse campeão na última prova, em Abu Dhabi. Já nesta temporada na 15ª prova, com 4 GPs de antecedência o bicampeonato estava garantido.
   Mesmo que o ano de 2011 não tenha sido dos mais emocionantes no mundo da Fórmula-1, o desfecho da temporada não poderia acontecer em país mais propício. Abalado pela tragédia do Tsunami, no início do ano, o Japão recebeu com entusiasmo a categoria.
   Ainda restam os GPs da Coreia do Sul, Índia, Emirados Árabes e Brasil. São 100 pontos em jogo. é o que sobra aos pilotos competir. E, se Vettel com méritos venceu o campeonato, Jenson Button merece o 2° lugar na classificação. Vencedor do GP do Japão, depois de Vettel foi o mais constante. Nada mal para aquele que é considerado o mais cauteloso e conservador na direção.
   Uma "Era Vettel" inicia e o piloto da Red Bull Racing (RBR) é apontado por muitos como sucessor do compatriota Michael Schumacher. Ele não tem limites, logo se permitirem, o campeonato de 2012 já terá um forte favorito.

*Leia mais sobre o título de Sebatian Vettel na F1!


                                                          Mattheus Reis

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Queda de braço

                                         Virada de jogo

Está em trânsito na Assembléia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU) o pedido do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, de reconhecimento unilateral dos territórios palestinos como Estado independente. Com grande apoio, os palestinos esbarram em Israel e E.U.A. para conquistar sua emancipação.
    No apelo, consta a intenção de anexação dos territórios pertencentes à Palestina antes de 1967, no período da "Guerra dos Seis Dias". Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro judeu - juntamente com os norte-americanos - endoça e prioriza os diálogos pela manutenção da paz.
    Embora, há pelo menos 2 anos não tenha sido registrados embates entre Israel  e Palestina, as conversas estagnaram e o Fatah, partido de Abbas, visualiza na independência  um modo de apaziguar a região.
    Mesmo com a adesão da população palestina, o premier enfrenta sanções do opositor Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Este grupo teme que caso o apelo seja aprovado, a Palestina que necessita de recursos financeiros externos dos E.U.A., venha a perder este auxílio, aumentando a dificuldade para erguer o proposto Estado. É um risco que Abbas assumirá se seguir em frente neste processo.
    Os E.U.A. declararam publicamente que vetarão a medida. Se cumprir a determinação, o país - membro permanente do Conselho de Segurança da ONU - impede o sonho do primeiro-ministro palestino.
    Obama está sendo internamente muito criticado pelo seu governo, mas tem razão e nexo no que ele afirmou nos debates: "Não são resoluções da ONU que instalarão a paz entre israelenses e palestinos". De fato, a independência geraria fúria em Israel pela perda de alguns territórios fazendo com que a insatisfação mude de lado, enquanto a Palestina vibra e comemora.
    A decisão deverá ser anunciada até o final da semana e independentemente do resultado, o conflito entre estes povos não será solucionado. Uma hora a Palestina conseguirá a independência, entretanto isso não significa o fim das conversas pela paz e estabilidade. Quem sabe, em um futuro próximo uma flâmula branca seja fincada entre as bandeiras de Israel e Palestina.


* Leia mais sobre a "Questão Palestina"!


                                               Mattheus Reis 

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Não é novidade

                                         Sonho distante

Semana passada, foi divulgado o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) constando um dado que infelizmente, não é surpreendente: Menos de 50% dos estudantes avaliados obtiveram notas acima da média - 500 pontos. Como uma das consequências, em matéria publicada no Jornal "O Globo", deste último domingo, um estudo comprovou que os profissionais brasileiros não são capacitados o suficiente para um mercado global cada vez mais exigente.  
   
   Nesta pesquisa, a consultoria "Heidrig & Struggies" afirma que dentre os 60 países analisados, o Brasil ocupa a 35ª posição, atrás de todas as nações desenvolvidas e de alguns membros dos Brics, como a Rússia.
   De fato o ensino nacional é precário e o Enem; o espelho deste descaso das autoridades perante a base de sustentação de uma sociedade. Tal obsolência também é demonstrada na adoção do referido exame - uma prova descriteriosa e sem crédito - sendo o método de ingresso em universidades, como exemplo, a UFRJ.
   Se o ensino fundamental for fraco, o ensino médio e superior serão sofríveis. No Brasil, os alunos estudam várias matérias ao mesmo tempo, praticam a "decoreba" e não adquirem conceitos práticos. E.U.A. e Europa adotam formas de priorização de específicas disciplinas para as quais, determinado aluno possui aptidão, executando atividades extracurriculares, associando os conteúdos teóricos e práticos.
   Todavia, essa avaliação revela também a não garantia de qualidade na rede privada. Apenas exceções como o Colégio São Bento, no Rio de Janeiro, é comparável às instituições européias de ensino, líderes no ranking.
   Mesmo o estado do Rio de Janeiro ocupando lugar de destaque com a maior quantidade de escolas bem avaliadas no ENEM, o abismo entre a boa educação e a realidade brasileira é do tamanho deste país. Maior ainda se comparado com as potências mundiais. A qualificação profissional é a alternativa para a obtenção do desenvolvimento. Pelo visto, o Brasil está descartando esta alternativa para crescer. Não conheço nenhuma outra. 
   





                                               Mattheus Reis

sábado, 10 de setembro de 2011

O mundo mudou, mesmo

                                        Legítimos Culpados

Neste domingo, 11 de Setembro de 2011, o mundo relembra um dos maiores acontecimentos do Século XXI, até o momento. O atentado ao World Trade Center, em Nova York, juntamente com o ataque aéreo à Base de Pearl Harbor, no Havaí, foram os únicos a atingirem territórios norte-americanos. Conceitos e opiniões acerca dos muçulmanos foram aprofundados e modificados. Mudou tudo.
   
   Os islâmicos que não possuem ligação alguma com redes terroristas e já eram alvo de preconceito, após o 11 de Setembro foram generalizados como extremistas, surgindo um grande "medo" por parte dos americanos. Grande equívoco. A parcela de simpatizantes a esses grupos em relação a toda população islâmica não alcança míseros 0,1%. Trata-se da lógica: Um culpado, todos condenados.
    Tais manifestações antissemitas têm como única e triste consequência o acirramento étnico e cultural entre estes povos. Embora tenha apaziguado a região, Iraque e Afeganistão quando invadidos pelas tropas, apenas estimulam o ódio explícito dos árabes e a Jihad (Guerra Santa), fora os inúmeros gastos financeiros que não apresentaram nenhum resultado eficiente. No Iraque, o governo buscou armas de destruição em massa - como se Saddam Hussein fosse capaz militar e economicamente de deter específico arsenal - já no Afeganistão, pela caçada ao líder da al-Qaeda e mentor do atentado às "Torres Gêmeas". Todavia, Osama Bin Laden foi encontrado no vizinho Paquistão
    Atualmente, ambos os países se encontram em situação econômica deplorável. Com gastos absurdos na segurança de aeroportos e vias de entrada, os E.U.A. não ficam atrás pois, se encontram em recessão que, poderia ser menor caso o confronto já estivesse encerrado. A Guerra não leva a lugar algum e não deixa vencedores.
    Chega a ser, de certo modo, conflitante pensar que determinadas organizações tenham como lema, impedir a construção de mesquitas em solo americano. Diante de situações em que pessoas inocentes são assassinadas em massa, é compreensível que o lado emocional se sobreponha ao racional. Mesmo assim, tal atitude e perseguição não são justificáveis.
    Foi brutal o que ocorreu 10 anos atrás. É uma mágoa incurável. O sentimento de vingança ecoa mais alto. Todas estas afirmações são verdadeiras, porém é necessário que os americanos percebam e se conscientizem que a legítima culpa se deve aos grupos terroristas - que podem ser intitulados de tudo menos de seguidores do islã - em vez dos muçulmanos como um todo.

 * Leia mais sobre o 11 de Setembro!
 http://oglobo.globo.com/mundo/11-de-setembro/
 http://oglobo.globo.com/mundo/11-de-setembro/info/10-formas-de-contar/

     
                                               Mattheus Reis

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

"Kadafim"

                                     Fome de liberdade

   Na terça feira, o Conselho de Transição Líbio composto por rebeldes e opositores de Kadafi, e considerado por muitos governos globais como o legítimo poder local, em atitude surpreendente e devastadora tomou posse da capital Trípole. Dessa vez, o cerco contra Muamar Kadafi está praticamente intransponível.

    Quem diria que aquele simples e isolado protesto na Tunísia, a favor de uma reforma política, tomaria dimensões do tamanho deste planeta e se alastraria mais ferozmente que um furacão? A Revolução do Jasmim foi o pontapé inicial para uma virada de mesa favor da democratização no mundo árabe. Tunísia e Egito são as mais novas nações a conhecerem esta forma de governo. É difícil até de se acostumar após ditaduras que validaram-se por 20, 30 anos.  
     A próxima, tem tudo para ser, é a Líbia que em um processo que se arrasta por seis meses, está perto de derrubar seu ditador. A queda de Kadafi é um marco histórico deste país todavia, é imprescindível que ocorra uma restauração de todos os alicerces que sustentávam-no. Atualmente a situação é caótica
     As dúvidas, neste momento, são mais que normais. Ninguém sabe se o Conselho de Transição conseguirá instituir a democracia e unir uma nação dividida por richas tribais.
     Entretanto, consegue diminuir o défcit com o apoio internacional e as jazidas petrolíferas que detêm. A Líbia é o maior produtor africano do brent. São trunfos que os rebeldes devem utilizar para sair do fundo do poço.
     A respeito do Brasil, a visível indecisão e neutralidade diante do fato de reconhecimento do poder dos rebeldes comprova, infelizmente, que nosso país ainda não merece ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, que deseja demasiadamente. E isso não pode se repetir no caso Sírio, semelhante ao que acontece no país africano.
     Em meio a tiros e bombardeios, os líbios se manifestam e comemoram a provável queda do regime. Kadafi não lhes permitia o direito de se expressarem livre e publicamente. Agosto é o mês do Ramadã e os muçulmanos jejuam todas as sextas-feiras até o pôr-do-sol. Hoje eles sentem fome...de liberdade.




Leia a coluna de Miriam Leitão, jornalista do "O Globo", sobre a Líbia!  

                         
                                             Mattheus Reis


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Por enquanto, um sonho

                                 Sem falsas expectativas

   Extração de nossas riquezas, escravidão, ditadura militar, censura, impeachment de presidente e corrupção política. São manchas negras na história deste Estado-nação, de forma linear que, em nenhum momento, devem ser ignoradas ou esquecidas. É século XXI, o progresso bate à nossa porta. Conquistas econômicas e as vitórias pela Copa do Mundo e Jogos Olímpicos elevaram o país a um respeitável patamar de reconhecimento mundial.
    Entretanto, o Brasil precisará derrubar inúmeros obstáculos que impedem seu crescimento.
    A educação, pilar de sustentação de uma sociedade, está em completo caos. Distribuir a alunos conteúdo pedagógico que apoia o uso de linguagem inadequada e erros gramaticais é, sem dúvida, um pedido de socorro ás autoridades. Mais precisamente no Estado no Rio de Janeiro, federação com o 2° pior índice qualitativo de ensino, onde em um estudo realizado pelo governo com estudantes da rede pública, concluiu que, cerca de 70% destes não obtiveram 1/3 de acertos em testes de Matemática. Sem estudo e qualificação não há o sonhado desenvolvimento do país.
    Enquanto isso, toneladas de drogas entram no território nacional em meio a total obsolência das Forças Militares, financiando o poder paralelo e dificultando a implementação da paz nas grandes metrópoles. O plano do governador Sérgio Cabral acerca das UPPs, de certo modo, é excepcional, porém para aniquilar as ramificações da tráfico. E a cabeça? E as fronteiras? O Brasil ainda não produz drogas. Ainda.
    O sucateamento dos serviços públicos citados, talvez seja em decorrência dos 70% das verbas desviadas serem destinadas á saúde e educação.
    Estas obrigações cabem às autoridades e representantes do governo. Deveriam assistir. Se o vigente governo está sendo marcado por escândalos de corrupção, como o do Ministro da Casa Civil, Antonio Palocci - o ministério mais importante - os legítimos culpados são os cidadãos que por sábia inteligência, elegem candidatos marcados por falcatruas e crimes não julgados, mantendo-se no poder infelizmente ás custas da população.
    Acredita-se muito no potencial existente no Brasil, que pode alcançar o status de nação desenvolvida. Todavia, não se pode criar falsas expectativas sobre o país pois, este possui passado e presente manchados que o condenarão. Tais manchas começarão a ser apagadas caso esses problemas sejam contornados. É o que todos esperam!
  
                                           Mattheus Reis

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Exemplo a ser seguido

                                 1 ano para Londres-2012



O dia 27 de julho de 2011, foi de festa para os londrinos. Daqui a exatamente 1 ano, terá início a 30ª edição da maior competição esportiva do mundo. Segundo autoridades inglesas, por volta de 90% das instalações estão concluídas. Pontualidade britânica sempre a frente. A capital aguarda anciosamente pelo término da contagem regressiva pois, eles não sediam uma Olimpíada desde 1948.


    Na disputa pela conquista do direito de organização dos jogos, Paris, sua grande rival, era dada como vitoriosa antecipadamente por seu projeto inovador e charmoso. Não venceu. Talvez Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), conjuntamente com seus diretores, optaram pela eficiência e garantia: aspectos característicos do Reino Unido.
    É compreensível que não foi fácil pôr em prática toda esta engenharia arquitetada no projeto. No meio das obras, o mundo conviveu com a recessão econômica de 2008. A Inglaterra, por ser uma das principais potências mundiais, foi afetada diretamente com isso, sendo obrigada a realizar impactantes cortes no orçamento.
    Contudo, a organização do evento se superou e pelo visto, tudo será entregue no mínimo com 6 meses de antecedência. Exemplo de eficiência, precisa-se admitir. Isso foi facilitado pela complexa e bem estruturada rede de transportes já existente, desde o anúncio oficial do COI. Londres, com 11 linhas, 402 Km de traçado e 270 estações tem o metrô mais moderno do mundo, além de seu aeroporto (Heathrow) ser um dos mais movimentados e seguros.
    Mesmo com todos esses dados impressionantes, o governo estimula o uso de meios sustentáveis de transporte como táxis ecologicamente corretos - menos poluentes - e de bicicletas com a ampliação de ciclovias nos locais de competição.   
    Depois do encerramento de Londres-2012, os 4 anos seguintes serão de vital relevância para o Rio de Janeiro, que abrigará de forma sucessória os Jogos Olímpicos, em 2016. A cidade começa a se transformar com o início de obras importantes, mas para a total obtenção de sucesso, é necessário se espelhar na grandiosidade de Pequim-2008 e principalmente no exemplo de eficiência oferecido por Londres-2012. Com esses ingredientes, a Cidade-Maravilhosa, e olímpica, terá todas as credenciais para realizar a maior edição de olimpíada dos últimos tempos. Temos potencial. É só querer!

                                              Mattheus Reis
   

quarta-feira, 20 de julho de 2011

E.U.A. em mais uma guerra

                                          14 dias para o calote

O presidente norte-americano Barack Obama, tenta convencer incessantemente o congresso a elevar o teto de endividamento do governo para que este, possa honrar seus compromissos como o pagamento de dívidas e do funcionalismo público.                           

     Caso o projeto de aumento do limite devedor seja reprovado, o governo não poderá pagar mais nenhum credor pois, não haverá receitas para isso, caracterizando o calote. Com dívidas de U$$ 14,3 trilhões, Obama já foi obrigado a sacar todos os recursos provenientes de fundos emergenciais para atrasar ao máximo o início da crise
   Contudo, o tempo não é o único adversário dos E.U.A. Em meio á tensão, parlamentares republicanos e democratas ignoraram a crítica situação do país e desistiram da cooperação, para a defesa de interesses próprios, criando uma acirrada disputa política. E sempre julga-se os americanos como super-patriotas, - O bem estar do Estado acima de tudo - não é assim.
    Os republicanos tentam inviabilizar a aprovação da medida exclusivamente, por serem opositores do presidente e, buscam dessa forma, gerando crise, desestabilizar sua popularidade e conquistar a presidência, em 2012, mesmo Obama tendo fôlego temporário com a morte de Bin Laden, meses atrás. 
    Democratas propõem o aumento de impostos entre os mais ricos, fazendo com que a economia ainda em recuperação da crise de 2008 - um dos motivos causadores dessa possível nova recessão - não fosse sacrificada com tanta veemência. 
    Essas ações contrariam a oposição, defensora de cortes em programas sociais e do aumento geral de impostos.
    É lógico que Obama não cogita de maneira alguma, ceder às sanções republicanas. Seria um suicídio. Comprometeria sua reeleição. Afetaria a população. A favor da elevação do teto estão 60% do eleitorado, ou seja, apoiam Barack.
    Vale o destaque dos excessivos gastos nas guerras do Afeganistão e Iraque quando, o republicano George W. Bush detinha o poder e o povo convivia com o caos da saúde.
     A provável  recessão atingiria o mundo devido a gigantesca quantidade de investimentos financeiros existentes no país. Somente a China possui cerca de U$$ 1 trilhão destes, injetados. A moratória resultaria na perda de todos esses valores empregados. Logo, não seriam pagos.
     Ademais, agências do setor ameaçam transformar a nota de segurança econômica dos americanos de "AAA" (mais alta) para "D" (a menor delas). Em suma, os EUA seriam um péssimo país para investir.
     O Brasil sofreria significativo impacto, porque a base de sua economia esta relacionada à exportação de Commodities. O preço dos alimentos é atrelado a situação financeira mundial. Em tempos recessivos, o fluxo de vendas para o exterior é menor, caracterizando défcit.
     Mediante todo caos que poderia ocorrer, é impossível que não haja consenso nos próximos dias entre os partidos. Democratas X Republicanos: essa é a guerra pela qual atravessa os E.U.A. O acordo vai sair; espera-se. Caso contrário, o tempo corre na velocidade da luz. Restam 14 dias e contando... Tio Sam, socorro!!

                      
                                           Mattheus Reis