segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Por fora de moda

                                                    "Esporte" do Século XXI

    A gente vê que está ficando velho quando descobre que não sabe mais o que é moda e resiste a aceitar, por exemplo, o fênomeno UFC-MMA, que hoje é uma febre entre crianças e adolescentes, moças e rapazes, senhoras e senhores. Há previsão de que daqui a pouco vá ultrapassar a Fórmula-1 e o vôlei em popularidade, perdendo somente para o futebol.
   A minha rejeição é por não admitir como esporte esse vale-tudo em que um pontapé bem dado pode desfigurar o rosto do adversário, como ocorre frequentemente. Se isso é permitido como condenar o mesmo tipo de agressão numa briga de trânsito ou de dois alunos numa escola? Quando manifestei minha opinião há algum tempo, meus colegas e amigos afirmaram que esses tipos de luta já eram existentes desde a antiguidade. De fato é verdade, mas também respondi que já foi divertido jogar cristãos vivos na arena para leões famintos, e que pelo menos nisso a civilização avançou.
   O ápice do UFC foi o evento realizado no Rio de Janeiro e, recentemente a o combate, transmitido em rede nacional, entre Junior Cigano e Cain Velasquez valendo o cinturão dos pesos pesados. Não vi a transmissão, mas fiquei imaginando Galvão Bueno  atualizando um de seus bordões - " Vai que é tua, Cigano". Ah, que saudade dos tempos em que em vez de gritar " Junior Cigano, do Brasil!" ele dizia "Ayrton Senna, do Brasil!" Sua proposta de herói nacional já foi melhor.
    Confesso que assisti alguns eventos do UFC, lutas excepcionais de Anderson Silva, por exemplo. Além disso, tenho ciência das medidas de segurança exigidas pelos organizadores e de que trata-se de um modernismo esportivo. Mesmo assim  infelizmente, sou um caso perdido, não adianta, não tem jeito. Vou me juntar aos meus amigos jurássicos e me recolher ao parque dos dinossauros mais próximo. Até agora, não fui contagiado por esta febre disseminada pelo MMA; até agora. Entretanto, pelo jeito que esta pandemia se alastra, quem sabe daqui a algum tempo eu não seja mais um entre os fãs.

                                                           Mattheus Reis

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Crise às urnas

                                                       Fim da linha

   No próximo domingo, os cidadãos espanhóis irão às urnas para eleições gerais. A turbulência econômica global gera esperança de mudança para os eleitores e estes ao mesmo tempo depositam um voto de confiança a um governo desprestigiado pela elevadíssima taxa de desemprego atingindo 25%.
   
    Este pesadelo para os espanhóis e sobretudo imigrantes os assombram desde 2008 a economia do do país quando a crise imobiliária arruinou os desejos da população que, com a perda de seus postos de trabalho, não obteve recursos necessários até mesmo para a sobrevivência.
    As pesquisas apontam um inusitado e surpreendente empate técnico entre as 3  alas políticas - Socialista, Nacionalista e Conservadora - logo, não é possível afirmar o partido que governará a Espanha nos próximos anos. Todavia, dentre estes, o atual cúpula social do premier José Luiz Zapatero (foto) é tida com menor favoritismo. 
    A missão para o vencedor requererá raríssima habilidade. Retirar a economia do país da estagnação e reduzir as taxas de desemprego serão medidas imprescindíveis, mas não poderão ser executadas individualmente. Somente a recuperação financeira da Zona do Euro possibilitará a ascenção de cada Estado.
    A inserção da Grécia - que apresenta apenas 3% do PIB da União Europeia - ao bloco foi o agravante da crise, entretanto de maneira alguma pode ser apontada como a causa deste problemas que iniciou-se em 2008, nos E.U.A.     
    Ao menos, o novo governo não se preocupará com o ETA - grupo separatista que luta a favor da emancipação do Pais Basco - que anunciou sua desmilitarização.
    Independentemente dos efeitos causados pela troca de governo, para os imigrantes o sonho de melhoras das condições de vida acabou. Não é mais vantajoso permanecer em países centrais mergulhados na recessão enquanto suas nações de origem - principalmente as latino-americanas - atravessam momentos mais favoráveis e de desenvolvimento econômico e social.

* Leia mais sobre as Eleições na Espanha!

                                                               Mattheus Reis  

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Não é um número qualquer

                                    7.000.000.000                                                  
  
O mundo alcançou a marca de 7 bilhões de pessoas, nesta segunda-feira (31/10) quando nasceu nas Filipinas, país localizado no leste asiático, o ilustre habitante que se tornou símbolo desta nova fase da sociedade mundial.

   O novo contexto gerado pela globalização, que acentua as disparidades sócio-econômicas, possibilitou uma aceleração da natalidade sobretudo nos continentes asiático e africano. Praticamente todo o crescimento populacional é oriundo destas regiões do planeta. De acordo com o relatório divulgado pela ONU, o desafio das nações baseia-se na redução da pobreza e evolução de infra-estrutura para acomodação de tal contingente.
   O Brasil consegue associar esses fatores pela nova proporção assumida pelas estruturas da pirâmide populacional. Com a menores taxas de crescimento e consequentemente maior número de adultos, o país eleva sua População Economicamente Ativa (PEA) - responsável pelo Produto Interno Bruto (PIB) -culminando no incremento do desenvolvimento.
   Na dinâmica internacional a fome é a maior barreira imposta àqueles que vivem em países com níveis de pobreza extremos. Atualmente, a produção mundial de alimentos é considerada mais que suficiente para atender esta nova demanda, porém a população não é assistenciada por tal produção, priorizada à exportação pelo Estado que por sua vez, necessita manter uma balança comercial favorável.
   Quanto mais a população cresce, menor é a preocupação ambiental. Pelo visto, esta é a lógica. O maior consumo - principalmente dos países ricos - dos recursos naturais gera um desgaste das estruturas geológicas e biológicas da Terra. Sendo assim, mais países e pessoas estão suscetíveis aos desastres ambientais e fenômenos climáticos.
   Ao mesmo tempo que pode ser um desafio exorbitante conciliar o crescimento populacional a uma qualidade de vida desejável, a mudança de atitude e a conscientização são os primeiros passos a serem dados. A Terra conta, agora, com o aparato de 7.000.000.000 . Com certeza não vai faltar gente pra salvá-la. 

* Leia mais sobre o assunto!
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/10/mundo-chega-7-bilhoes-de-pessoas-confira-curiosidades-e-numeros.html

                                                              Mattheus Reis