sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Enfim, sós

"Primeiramente, gostaria de esclarecer que este texto opinativo foi elaborado por Nelson Motta, jornalista e, publicado na edição carioca do jornal "O Globo" do dia 04/02/2011."

Como é bom ter uma presidente que não vive esbravejando nos palanques e dividindo o País entre ricos e pobres, entre as elites e o povo e culpando os adversários políticos por todos os males do Brasil.
Que delícia não ter que ouvir todo dia a presidente dizer que o Brasil começou no dia em que ela tomou o poder e que os que a antecederam só lhe deixaram uma herança maldita.
Que alívio ter uma presidente que não se diz uma metamorfose ambulante nem tem opinião formada sobre tudo, até sobre o que totalmente ignora.
Como é edificante ter uma presidente que não se orgulhe de sua grossura e ignorância nem deboche dos que estudaram mais. Que sensacional é ter uma presidente que lê jornais. E livros!
Como é civilizado ter uma presidente que defende os direitos humanos, tanto em Guantánamo como em Cuba e no Irã. E que declara que o Brasil não deve dar opinião sobre tudo que acontece em outros países.
Como é gostoso não ouvir a presidente acusar todos que não a apoiam de ter preconceito contra pobre, nordestino e operário. Ou contra mulheres de origem búlgara de classe média.
Como é moderno ter uma presidente que não chama todo mundo de companheiro, como na antiga Cuba.
Que prazer é não ter que ouvir uma presidente dizer que o nosso sistema de saúde está próximo da perfeição.
Como é confortador ter uma presidente que não diz que o mensalão é uma farsa da imprensa golpista. E que não faz nomeações partidárias para o Supremo Tribunal Federal.
Como é animador ter uma presidente que não proclama que o Brasil está milionário e estabelece como lema de governo "fazer mais com menos".
Que vai tirar Furnas e a Funasa dos quadrilheiros do PMDB e contratar um alto executivo para a Secretaria de Aeroportos.
Que deleite é não ver todo dia as páginas dos jornais e as telas de televisão ocupadas pela presidente e suas ações, opiniões e omissões.
Como é bom para a democracia ter uma presidente que não joga para a imprensa e obriga os jornalistas a correr atrás de notícias.
Que maravilha será ter uma presidente que assuma as suas responsabilidades e faça o que tem que ser feito.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Seria a melhor escolha ter...

                                                   ...Um novo Iraque?

Na postagem anterior, o blogueiro que vos escreve, abordou os possíveis desfechos positivos para a onda de protestos no Egito. Como no cotidiano, qualquer acontecimento mundial possui faces favoráveis e desfavoráveis e, destas, neste texto será opinado.

       A nomeação do vice-presidente Omar Suleiman aparentemente esfriou os ânimos exaltados por parte da população egípcia. Na reserva do exército e engajado com a situação social do país, Omar, parece ser um antídoto temporário embora, não dos mais confiáveis.
       Na última terça-feira, realizou-se uma reunião com chefes do Estado  e representantes de grupos expressivos como a Irmandade Muçulmana com fins de discussão sobre o futuro do país. Existente há décadas esta é caracterizada pela rigidez e brutalidade no que se diz, ao respeito das doutrinas islâmicas porém, no momento se junta a população como "Entidade em prol do bem estar" afirmação de certa maneira perturbadora e duvidosa.
       Com vários seguidores, o grupo fundamentalista pretende ter uma maior representatividade e até o cargo maior do governo nas próximas eleições que serão convocadas. Mubarak, na sexta-feira (04/02) conhecido como "dia do ultimato", confirmou o desejo dos manifestantes de não permanecer na presidência.
       Essa situação não agrada Suleiman, que caso os protestos se intimidem poderá decretar um Golpe de Estado e instaurar outra ditadura.
       A crise é profunda, a Irmandade Muçulmana no poder levaria consequentemente à implantação de um Estado fundamentalista baseado nas leis islâmicas, o que favorece a criação de facções terroristas. Se Omar cumprir o que ameaçou, a nação egípcia presenciará a elevação de um novo "Mubarak" no comando. Então qual a melhor opção a ser tomada?



quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Seria o fim da ditadura?

                                        O povo se cansou 

     Tudo começou na Tunísia com a denominada "Revolução do Jasmim". Como em todo país do mundo árabe, as causas do movimento são a desigualdade social e carência de oportunidades de emprego e, tinha um alvo certo: o presidente Zine al-Abidine, acusado de corrupção e desvio de verba pública, que ocupa o cargo há 18 anos. O povo reivindicou seus direitos . Em consequência disso, sua queda foi inevitável e buscou exílio na Arábia Saudita.
      Trata-se de uma bomba-relógio. Os ideais também influenciaram os egípcios que, com um governo semelhante ao tunisiano, pedem a renúncia de Hosni Mubarak, com 30 no poder. Cidades como Cairo, Alexandria e Suez se transformaram pólos de resistência.
      Num apelo a melhores condições de vida, ambas as nações crêem na Democracia como forma de mudança mais viável. Como trunfo dos protestos está a inexistência de preferências religiosas, o que valoriza o nacionalismo, fortalecendo a união do povo contra as forças governamentais.
      Os E.U.A., forte aliado do Egito se mantêm imparciais em meio a situação, talvez para agradar o premiê, líder nos diálogos para um possível acordo de paz na região.
      Em ocorrência disto, pela primeira vez, a palavra democracia soa com força num Oriente Médio marcado pela rigorosa censura à manifestações de cunho democrático. Embora seja um marco na história árabe, o Egito parece ser o "fim da estrada" desse avanço.