sábado, 22 de dezembro de 2012

Nenhum sonho é utópico

                                                  O 2013 que queremos.

Primiramente, gostaria de expor minha enorme "surpresa" por poder escrever esta postagem. Pensei que não chegaríamos ao, até então inatingível, dia 22 de dezembro de 2012. Pelo visto, o fim do mundo não aconteceu ou, no mínimo foi adiado. Sobrevivemos sem maiores sacrifícios. Já que superamos esta "barreira", consequentemente ainda temos uma missão a cumprir pelo bem da humanidade. O senso comum, neste contexto, foi o responsável por alardear uma simples transição, de acordo com a mística sociedade maia.
   Que a nova era anunciada pelo calendário maia perpasse pela concretização de uma significativa transformação na sociedade contemporânea. Que as incompreensíveis cenas de mulheres tirando fotos com seus pequenos filhos antes de explodirem seus corpos em locais públicos, em nome de Alá ou por um assento cativo no "céu dos tolos", sejam meras retratações do passado. A Jihad pode ser tudo, menos santa. Suplicar pela paz no Oriente Médio - através do reconhecimento da causa palestina e pelo cessar dos conflitos na Síria - também não custaria nada. 
   Que a América volte a ser abençoada por Deus. Uma nação atemorizada pelo terror. São muitos "James Holmes" espalhados pelo país, que invadem cinemas e escolas com o intuito de realizar massacres. Que no próximo ano, seja descoberto o antídoto para esta epidemia. 300 milhões de armas para 300 milhões de habitantes: esta proporção é uma afronta à paz nos EUA.
    Que a comunidade internacional e os países centrais voltem seus holofotes, com maior atenção e urgência para as problématicas que assolam as regiões mais pobres do mundo. Nossos irmãos que recebem menos de U$$ 1 por dia, em Bangladesh, Malawi e na Índia, pedem socorro. As metas do milênio não podem demorar 1000 anos para tornarem-se realidade.
    A natureza clama por ajuda, do mesmo modo. Estamos desperdiçando todo o nosso potencial intelectual ao não percebermos que pertencemos a um grande meio interligado, e que qualquer alteração do meio ambiente, de forma insustentável, implicará indireta ou diretamente sobre nós, homens. O mundo acabará, segundo a comunidade científica, daqui a 4,5 bilhões de anos. De maneira alguma queremos acelerar o fim dos tempos.
    Que o ano de 2013 seja um paradigma acerca da qualidade de vida no Brasil. Que o esporte, inibidor das dicotomias sociais, seja a alavanca para o desenvolvimento socioeconômico. A Copa das Confederações, a Copa do Mundo FIFA e os Jogos Olímpicos podem ser mais valiosos do que seus respectivos gastos de organização. Como seria esplêndido ver nas manchetes dos veículos de comunicação  a inédita presença do país no grupo das nações mais desenvolvidas... 2013 dificilmente será o ano em que isto acontecerá, entretanto pode ser o início. Um grande avanço foi conquistado este ano, ao ser desmitificada a premissa da perpetuação da impunidade. O combate à corrupção é, sem dúvida, um dos vetores para a evolução da sociedade brasileira.
    Por mais utópicos que todos estes desejos pareçam, os sonhos são as ambições benéficas dos seres humanos. Com o planeta Terra não pode ser diferente. E não há momento mais auspicioso e propício para idealizar e mudar, como o Natal e o fim de ano. Gostaria de agradecer a todos os leitores deste blog, que de um simples instrumento para desenvolver a escrita e a redação, inicialmente, foi o responsável direto na escolha da minha carreira profissional. Espero que os 74 textos publicados desde dezembro de 2010 tenham contribuído para que os jovens e adolescentes ampliassem seus conhecimentos, a visão sobre o mundo e suas atualidades.

Feliz Natal e um 2013 de sonhos e realizações! Querer mudar é ser diferente; é preciso!   

    
                                                                Mattheus Reis

domingo, 16 de dezembro de 2012

O mundo é um hospício

                                                     Revolução Corinthiana

O merecido triunfo do Corinthians sobre o Chelsea (ING) na final do Mundial de Clubes da FIFA comprova que um time bem sucedido não necessita, condicionalmente, um elenco constelado. Somente a estruturação dos clubes, extra-campo, e o estilo de jogo coletivo podem derrotar os tão badalados clubes europeus. Coletividade ausente no vice-campeão.
   O Corinthians, nestes últimos 4 anos, consolidou-se como o time mais vitorioso do país por ser o pioneiro na adoção de um novo modelo de gestão que garanta sua rentabilidade. Boas contratações e conquistas são consequências desse processo. O rebaixamento, em 2007, no campeonato brasileiro, inciou uma revolução, um paradigma, culminando no redirecionamento do clube ao caminho do sucesso.
   Por mais que o Chelsea esteja atravessando conturbado momento, a decisão do mundial não fugiria do padrão de equilíbrio. Entretanto, o Corinthians caracterizou-se em campo pela ousadia, chegando a ser superior, tecnicamente, na maioria dos 90 minutos, diferentemente de São Paulo e Internacional - campeões em 2005 e 2006, respectivamente, mas que tornaram-se reféns do jogo ofensivo de seus adversários nas finais.
   Os ingleses atacavam menos. Em compensação, proporcionavam maior perigo. Todavia, Tite possuia um time de qualidade inegável, do goleiro ao atacante. Cássio foi heroi em momentos cruciais desta caminhada até o topo do mundo: na decisão de hoje e nas quartas-de-final da Libertadores da América quando defendeu, milagrosamente, contra o Vasco, uma finalização de Diego Souza. A sua convocação para a seleção brasileira seria , acima de tudo, justa. A eterna fiel torcida, em todos esses anos de expectativa, jamais imaginaria que um peruano marcaria o gol mais importante da história do clube. Além de iluminado, ele é "Guerrero".
    Neste fim de ano, o futebol brasileiro conseguiu resgatar sua identidade gloriosa. Em um 2012 de frustrações e incertezas - a perda do ouro olímpico, mais uma vez, e a demissão do técnico Mano Menezes - as conquistas do Mundial de Clubes e da Copa Sulamericana por Corinthians e São Paulo, na devida ordem, recolocam o Brasil na rota rumo à elite do futebol mundial. 
   Denominar o Corinthians como primazia nada mais é do que uma virtude. Tanto os 30 mil em Yokohama, quanto os milhões no Brasil são, sem dúvida, o motor deste time. O "Bando de loucos" tingiu o mundo nas cores que marcaram a melhor época do esporte mais popular do planeta: preto e branco. O mundo é dos loucos. Banzai Corinthians! Subarashii!     

* Veja a galeria de fotos do Bicampeonato mundial do "Timão".
http://globoesporte.globo.com/futebol/mundial-de-clubes/fotos/2012/12/fotos-corinthians-vence-chelsea.html

* Veja os melhores momentos do jogo do título!
http://www.youtube.com/watch?v=PUo2pz7DP74

                                                                Mattheus Reis

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O "UFC" de Brasília

                                  Os desconfiados e os desconfiáveis

O julgamento do caso do mensalão, quando acreditava-se em um desfecho próximo, após meses de tramitação no Supremo Tribunal Federal, possibilitou o surgimento de uma nova e acirrada divergência. Em seu "apagar de luzes", a penúltima sessão do processo colocou em pauta o debate acerca da indevida ou não prerrogativa do tribunal em conceder a perda de direitos políticos de parlamentares envolvidos no escândalo.
    A Constituição federal e o Código penal - textos que representam a conduta para o estabelecimento de sentenças - apresentam, neste quesito, interpretações distoantes. O Código declara, como automática, a perda de tais direitos em caso de condenação jurídica. Entretanto, a Constituição defende a intermediação do congresso na decisão. Tal divergência entre a Constituição e o Código Penal comprova o estado desarmônico e não integrado de ambos os textos, sendo necessária a imediata reformulação do último.
   A opinião geral do congresso sobre o caráter evasivo da decisão abre as portas para uma crise institucional. De fato, foi estabelecida uma afronta à independência dos três Poderes e, consequentemente, ao Estado de Direito. Por outro lado, pode-se, logo, apontar um cenário de desconfiança por parte dos ministros do STF perante os membros da Câmara dos Deputados acerca da responsabilidade que lhes seria atribuída. Haveria o temor de que os parlamentares não cumprissem o "dever de casa", ou seja, a cassação dos envolvidos.  
   A euforia proporcionada pelo grande avanço no combate à impunidade, explícito no julgamento do mensalão, não pode se refletir em atitudes precipitadas que, inclusive, violem a legitimidade constitucional.
  Ao depositar um voto de confiança na ação da Câmara dos deputados, o STF estaria, simultaneamente, atenuando as possibilidades de agravamento das tensões geradas pela eclosão da crise institucional. A não retribuição dos parlamentares a este crédito, além de não garantir a total sensação de justiça- objetivo do julgamento do mensalão - caracteriza-se como um desrespeito a todo o processo de mobilização popular que contribuiu para a elaboração da Lei da Ficha Limpa, marco na tentativa de afastar dos cargos públicos políticos que estejam em débito com a sociedade.

                                                          Mattheus Reis