Pelo terceiro ano consecutivo, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) aplicado no último final de semana, apresentou falhas na sua execução. O vazamento da prova no estado do Ceará compromete ainda mais a eficiência do teste e aumenta cada vez mais a ansiedade dos candidatos.
Alguns destes pretendem até a anulação, judicialmente, do ENEM. De fato, não há como afirmar que apenas alunos de Fortaleza tiveram acesso às questões, contando que a obtenção de informações privilegiadas através de ferramentas poderosas, como a Internet, é simples e fácil.
Além de ser considerado como insuficiente para qualificar estudantes à universidade, os sucessivos erros fazem com que se repense a importância do exame.
O gradual fim dos vestibulares agrava a situação. Uma das justificativas é a promoção carentes ao ensino superior. Trata-se de uma boa iniciativa, pois reduz os custos dos candidatos em relação as taxas de inscrição. Todavia a maioria dos aprovados detém média/alta renda. A exclusão continua.
Os vestibulares poderiam ser descartados desde que o conteúdo do ENEM fosse elaborado conjuntamente pelas instituições públicas de ensino superior, contribuindo assim para a evolução do nível de dificuldade da prova.
São estas alternativas mais viáveis para contornar os desgastes existentes. Ao invés de barrar o uso de canetas que não sejam transparentes - uma das regras do edital -, o Ministério de Educação e Cultura (MEC) deveria atentar-se para aquilo que realmente pode gerar controvérsias e confusões na realização da prova. Caso algo diferencial não seja tomado, será previsível o que acontecerá com o ENEM, nos próximos anos, e com o governo também, que sempre minimizará os problemas.
Mattheus Reis
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