sexta-feira, 26 de agosto de 2011

"Kadafim"

                                     Fome de liberdade

   Na terça feira, o Conselho de Transição Líbio composto por rebeldes e opositores de Kadafi, e considerado por muitos governos globais como o legítimo poder local, em atitude surpreendente e devastadora tomou posse da capital Trípole. Dessa vez, o cerco contra Muamar Kadafi está praticamente intransponível.

    Quem diria que aquele simples e isolado protesto na Tunísia, a favor de uma reforma política, tomaria dimensões do tamanho deste planeta e se alastraria mais ferozmente que um furacão? A Revolução do Jasmim foi o pontapé inicial para uma virada de mesa favor da democratização no mundo árabe. Tunísia e Egito são as mais novas nações a conhecerem esta forma de governo. É difícil até de se acostumar após ditaduras que validaram-se por 20, 30 anos.  
     A próxima, tem tudo para ser, é a Líbia que em um processo que se arrasta por seis meses, está perto de derrubar seu ditador. A queda de Kadafi é um marco histórico deste país todavia, é imprescindível que ocorra uma restauração de todos os alicerces que sustentávam-no. Atualmente a situação é caótica
     As dúvidas, neste momento, são mais que normais. Ninguém sabe se o Conselho de Transição conseguirá instituir a democracia e unir uma nação dividida por richas tribais.
     Entretanto, consegue diminuir o défcit com o apoio internacional e as jazidas petrolíferas que detêm. A Líbia é o maior produtor africano do brent. São trunfos que os rebeldes devem utilizar para sair do fundo do poço.
     A respeito do Brasil, a visível indecisão e neutralidade diante do fato de reconhecimento do poder dos rebeldes comprova, infelizmente, que nosso país ainda não merece ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, que deseja demasiadamente. E isso não pode se repetir no caso Sírio, semelhante ao que acontece no país africano.
     Em meio a tiros e bombardeios, os líbios se manifestam e comemoram a provável queda do regime. Kadafi não lhes permitia o direito de se expressarem livre e publicamente. Agosto é o mês do Ramadã e os muçulmanos jejuam todas as sextas-feiras até o pôr-do-sol. Hoje eles sentem fome...de liberdade.




Leia a coluna de Miriam Leitão, jornalista do "O Globo", sobre a Líbia!  

                         
                                             Mattheus Reis


Nenhum comentário:

Postar um comentário