terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Triste Rotina

                                                     Copiar não é difícil

Infelizmente já é praxe, nos meses de janeiro e fevereiro, os brasileiros presenciarem os efeitos das chuvas torrenciais de verão, que são intensamente agravados pela ausência de políticas de habitação e de medidas preventivas em áreas suscetivas a tragédias, o que certamente salvaria a vida de várias pessoas.

    O governo federal, por intermédio do Ministério de Integração Nacional, concluiu, em relatório, que 256 municípios nas regiões sudeste e sul correm riscos eminentes de serem atingidos por enchentes e deslizamentos. Todavia, somente 25% deste total receberam aparato financeiro e estrutural para lidar sob tais situações.
    Não há como atender completamente as cidades se cerca de 90% da verba da pasta é repassada ao estado de Pernambuco - terra natal do ministro Fernando Bezerra. O ministério não faz jus a sua devida função. Que integração nacional é esta que auxilia apenas 1 estado? Torna-se mais inviável ainda se os 10% restantes são alvos de desvios e fraudes, como fora comprovado na tragédia da Região Serrana Fluminense, há exatamente 1 ano.
    A justificativa apresentada pelo Estado de que cabe à população a maior responsabilidade pelo agravamento destas catástrofes, por habitar áreas de risco, é verídica sendo ao mesmo tempo, fruto da inexistência de planejamentos adequados de habitação. A responsabilidade é direta e indiremente ligada às autoridades públicas.    
   O exemplo de superação a curto prazo, baseado na organização e no espírito coletivo vem do outro lado do mundo. O Japão, quando atingido pelo terremoto seguido de Tsunami em março de 2011, soube imediatamente iniciar o processo de reconstrução. Partes devastadas do território nipônico estavam completamente remodeladas, meses depois. Vale ressaltar a situação de estagnação atravessada pelo país, mediante crise financeira, o que poderia ter retardado tal processo.
   Conceituados intelectuais e filósofos crêem na criação e na inovação como um dos grandes desafios da humanidade. Copiar de quem cria é apenas um mecanismo automático, não exige esforço do pensamento. O Japão criou, inovou. Por quê é tão difícil para o Brasil copiar o modelo empregado pelos japoneses para a superação rápida de tragédias? 

                                                                 Mattheus Reis

Nenhum comentário:

Postar um comentário