
E essa foi a tônica do time que foi ao gramado do Estádio Nacional Mané Garrincha para encerrar sua participação, que, na verdade, havia terminado na terça-feira anterior, em Belo Horizonte, naquela que deveria ser a sua Copa, com o país do futebol campeão em seus domínios, no templo maior do esporte mais popular do mundo.
Foi evidente a dificuldade ofensiva da equipe. A percepção de que a seleção dependia de Neymar era uma verdade universal, porém nem todos estavam cientes da fragilidade do meio-campo. Um time que não encantou e empolgou como na Copa das Confederações no ano anterior, torneio que mais uma vez nos iludiu: Copa do Mundo é outro assunto, é mais competitiva e não se pode comparar tais competições, o que foi feito insistentemente pela imprensa nacional. A receita para o hexa, de fato, era repetir as atuações de junho do ano passado, mas isso mais pressionou do que ajudou os jogadores brasileiros.
Por poucas vezes, uma lista de convocação para a Copa do Mundo sofreu tão poucas críticas e rejeições como essa última. Apenas 1 ou 2 nomes foram contestados. Adriano, Ganso, Alexandre Pato, Kaká e Robinho eram outros nomes que poderiam figurar entre os selecionados caso correspondessem às expectativas, em algumas ocasiões superestimadas, criadas em torno deles. Entretanto, cada um por motivos específicos, ficaram pelo meio do caminho, prejudicando consideravelmente a qualidade técnica da seleção. Olhos brilhavam ao verem, no Santos, uma orquestra regida por Ganso e Neymar. Por que só um deles "chegou lá"?

Para muitos analistas, o retorno de Dunga era inesperado até o momento no qual veicularam-se os primeiros rumores. A princípio, Tite ou outro renomado treinador estrangeiro eram vistos como melhores opções. Entretanto, apesar do fracasso na África do Sul, os títulos da Copa América, em 2007, da Copa das Confederações, em 2009, além da antecipada classificação nas eliminatórias comprovam um bom desempenho de Dunga como treinador. Caso mude alguns de seus conceitos e tenha a mesma garra da época de jogador, o capitão do tetra pode reescrever sua história na seleção brasileira com mais uma bela conquista, na Rússia em 2018.
Mattheus Reis
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