sábado, 11 de fevereiro de 2012

Questão de bom senso

                                          Atos e suas consequências

   Salvador, nesta semana, sofreu os efeitos da paralisação dos oficiais da polícia militar: o avanço desenfreado da criminalidade gerou um tenso clima na capital baiana, obrigando a intervenção das forças de segurança nacional. Enquanto no estado a manifestação grevista caminha para os momentos finais, um processo semelhante se inicia no Rio de Janeiro, mesmo que descentralizadamente.

   O caráter expansionista da greve justifica-se por uma razão: independentemente do poder econômico, em âmbito regional, em geral, as forças militares são mal remuneradas mediante risco exposto ao enfrentar o crime organizado e às dificuldades estruturais de trabalho.
   Em uma democracia, revindicar melhores salários e condições de trabalho é um direito garantido constitucionalmente aos cidadãos. Contudo, os serviços públicos adquirem importância essencial na manutenção do bem-estar social. A segurança se enquadra neste caso.
   Uma paralisação, mesmo que parcial, atinge diretamente a população, provocando a sensação de apreensão e descaso. O Exército e a Força Nacional de Segurança impõem um poder e respeito quando presentes nas ruas, diminuindo o ímpeto dos criminosos mas, não estamos atravessando um confronto civil - diferentemente da Síria, país árabe que luta para derrubar do poder seu presidente/ditador - logo, no momento no qual há a ocupação dos centros urbanos pelas forças armadas é praticamente impossível não associá-la a cenas de guerra.
   Cabe ao Estado a concessão de salários dignos aos policiais. Também é dever dos mesmos ter um bom senso. Uma greve afeta toda uma população que fica à mercê da criminalidade. Uma passeata é admissível todavia, uma paralisação ampla semelhante a ocorrida em Salvador, às vésperas do carnaval apenas degrada a relação entre a autoridade pública e os cidadãos.

                                                                   Mattheus Reis    

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