terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O feitiço do Planalto

                                             Falta luz para enxergar.

Para publicar esta postagem na internet foi necessário esperar exatos 57 minutos até que a boa vontade da companhia elétrica pudesse restabelecer o fornecimento de energia. O pior de toda a desconfortável situação, diante do intenso calor no Rio de Janeiro, se deve ao fato de não poder atribuir a responsabilidade a um raio. Por mais "útil" que tenha sido o conselho da presidenta Dilma Rousseff, não há motivo algum para dar gargalhadas.  
     Apesar de o horário de verão ter a função de atenuar o consumo de energia elétrica, o centro-sul é a macrorregião com a maior e crescente demanda em decorrência de verões cada vez mais quentes. Reconhece-se que o cenário atual não é similar ao ocorrido em 2001, porém uma crise energética - mesmo em menores proporções - possui o poder de instabilizar Dilma Rousseff no último biênio, antes de sua tentavia de reeleição. Embora desminta a gravidade exarcebada do problema, o alto escalão do governo federal precisa remediar tal situação, já que a prevenção não foi realizada. Brasília tem essa magia, de abduzir e cegar os responsáveis pela condução do país ao desenvolvimento. Não estamos em um oásis no meio do deserto.
     Somada às defasagens da distribuição do serviço, problemas estruturais, está a conjuntura desfavorável do clima, proporcionando estiagens e a diminuição dos níveis nos reservatórios. Estes fatores interligados tendem a prejudicar a economia nacional, com a paralisação temporária de indústrias e a menor produtividade agrícola. Desse modo, o desejado "Pibão" toma o mesmo caminho, pulverizando-se a cada previsão do Banco Central.
     O ano de 2013 - vital, pois anuncia o início do ciclo esportivo no país, com a chegada da Copa das Confederações - deveria ser marcado pela confiança e afirmação. Todavia começa com incertezas sobre a capacidade, já questionada justamente, da infraestrutura para abrigar estes eventos. Para aqueles que assistiram ao ótimo filme "Rio", a cena na qual um apagão interrompe o super clássico entre Brasil e Argentina, no Maracanã, por mais engraçada que seja, merece ficar apenas na ficção.
      O curto-circuito reitera a necessidade de associação de políticas maciças de investimentos aos planos de governo. Sejam, os mesmos, investimentos públicos ou privados. O Brasil convive com 1 milhão de lares na escuridão e com uma usina hidrelétrica empacotada há 25 anos. Torna-se corrente a execução de medidas paliativas, como a utilização em maior escala das termelétricas, que exigem maiores gastos aos cofres públicos, consequentemente, repassados aos consumidores. A redução de 20% no valor da tarifa de energia anunciada no "apagar das luzes" de 2012 está em xeque. Promessa é dívida.

*Leia mais sobre o tema!
                                                 
                                                            Mattheus Reis

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