sexta-feira, 18 de abril de 2014

Terceira via

                                             Projeto a longo prazo


     Na última terça-feira, foi lançada em Brasília a candidatura à presidência do Brasil do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Há pouco tempo inimaginável, a aliança de Campos com a ex-senadora Marina Silva - ela será sua vice - fortalece a chapa do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que almeja levar a corrida ao Planalto para o segundo turno apesar de o cenário atual não ser favorável para que isso aconteça. 
     Marina Silva desejava uma candidatura própria através da formação do partido "Rede Sustentabilidade", do qual seria a presidente. Entretanto, a legalização da "Rede" foi vetada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido à um número insuficiente de apoiadores. Marina impediu que Dilma Rousseff, em 2010, vencesse as eleições presidenciais no primeiro turno. Enfrentou o apoio mais que influente de Lula à candidatura de Dilma e "roubou" votos da atual presidente. Teorias da conspiração, que não podem ser totalmente ignoradas, associam a manobra do TSE a uma estratégia do governo em impedir que essa situação ocorresse novamente nas eleições de 2014. Sem a candidatura própria de Marina, o governo de Dilma possui grandes chances de se reeleger no primeiro turno.
     Antes da união de Campos com Marina, o ex-governador de Pernambuco oscilava em torno de 7% a 10% das intenções de votos. Agora, o PSB torce para que os seguidores de Marina o apoiem, em uma "transferência de votos" e, assim, suba nas intenções de votos para fazer frente à chapa de Dilma já que Aécio Neves não desponta aparentemente como um grande concorrente embora esteja em segundo lugar nas pesquisas. Não avança dos 15% dos votos e a desconfiança no seu partido, o PSDB, por parte dos eleitores, que vem desde o governo de FHC, atrapalha o desempenho do ex-governador de Minas Gerais.
     Grande parte da população começa a demonstrar certa insatisfação com a bipolarização da disputa presidencial no país, centrada há pelo menos 15 anos entre PT e PSDB. Pode-se comprovar isso através dos significativos índices de desaprovação do governo Dilma e de rejeição a Aécio Neves. Essa é a aposta da dupla "Campos e Marina". Ser um caminho alternativo. Provavelmente, nessa próxima eleição, será muito difícil desconstruir essa bipolarização política, pois, nem que seja em um eventual segundo turno, a reeleição de Dilma Rousseff é praticamente certa de se concretizar. Entretanto, para 2018, quando o PT deverá indicar outro nome à sucessão, e esta será uma tarefa difícil desde que Lula não volte aos palanques, o PSB com, Eduardo Campos e Marina Silva, se tornará mais forte, porque já estará presente no cenário político nacional devido à participação nas eleições de 2014. Eduardo Campos ainda é pouco conhecido entre os brasileiros. 

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                                                    Mattheus Reis

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